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O EXPRESSO - RJ (31/10/2010)

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Trailer do longa nacional - MEIA LUZ

Entre Agosto e Setembro deste ano, o Projeto Neblina participou da produção do longa metragem nacional MEIA LUZ, que mostra uma pesquisa de campo realizada por um grupo de jovens tendo como pano de fundo uma lenda urbana da cidade de Batatais, interior de São Paulo.
Durante as gravações, o Projeto Neblina cedeu equipamentos de pesquisa e prestou a consultoria necessária para o seu uso, bem como os procedimentos de campo adotados em uma investigação real.

O filme conta com a direção de Rogério Takashi e produção executiva de José Adalto Cardoso, e sua estréia está prevista para Janeiro de 2011.



Mais informações sobre a produção em:
http://www.silviafilmes.com.br

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Assombrações - Caça Fantasmas

Como na nossa enquete em primeiro lugar está o menu mal assombrado e em segundo lugar nossos casos, nesse programa da Discovery estamos juntando o útil ao agradável. Um grupo de investigadores em Nova York se envolve em uma situação difícil! Confira...











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Construindo os Equipamentos do Projeto

Adaptação de câmera convencional para captação de imagens em ultravioleta.












Foi utilizada neste processo uma webcam comum, com 2.0 megapixels de resolução. Câmeras muito simples como essa não possuem filtros internos, esses filtros geralmente são substituidos por um pequeno vidro que funciona como uma espécie de prisma. O procedimento consiste na retirada deste vidro, fazendo com que a câmera "enxergue" todas as faixas do espéctro de cor. Em seguida é colocado um filtro no conjunto ótico que impede somente a passagem da luz visível (e neste caso, devido a uma limitação do conjunto ótico, o filtro também bloqueia frequências muito baixas como o infravermelho), fazendo com que ela esteja habilitada para captar apenas a luz ultravioleta.

Ainda existe um problema neste protótipo: Por se tratar de uma webcam, ela precisa estar sempre ligada à um notebook para gravar imagens, o que limita muito o seu movimento. Mas já estão sendo estudadas soluções de adaptação para câmeras maiores. Os próximos testes serão realizados em breve com uma Canon A430 de 5.0 megapixels.


Aguardem...

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Mansão Winchester

Winchester Mistery House

   A Mansão Winchester até hoje desperta a curiosidade do grande público por sua arquitetura peculiar, a função excêntrica de suas instalações e pelas histórias que a cercam. As obras se iniciaram em 1884 e só terminaram em 1922, por ocasião da morte de sua proprietária. Ao todo são 160 salas, 40 quartos, 47 lareiras e 10 mil janelas aproximadamente, planejados durante 38 anos de construção ininterrupta.

Sarah Winchester (1839-1922)

   Sarah Lockwood Pardee nasceu em Connecticut, Nova Inglaterra, Costa Leste dos Estados Unidos. Em 1862, contraiu matrimônio com Willian Wirt Winchester, cujo pai era proprietário da maior fábrica de armas de então: Winchester Repeating Arms Company. Seus rifles se difundiram por terem disparos repetidos, diminuindo os intervalos de recarga. O primeiro desses rifles foi apelidado como 'Yellow Boy', desenvolvido em 1866, somente superado mais tarde pelo modelo de 1873, conhecido por ser ''A Arma que Conquistou o Oeste''. Willian e Sarah tiveram uma menina naquele ano de 1866, mas, devido a uma doença de nome marasmo - provocada pela deficiência de proteínas no organismo; faleceu semanas após. Em 1881 foi a vez do marido de Sarah,vítima de tuberculose. Willian deixou-lhe uma soma considerável, de maneira que Sarah passou a ter um rendimento diário de $ 1.000 dólares (perto de $ 22.000 nos valores atuais).

O rifle apelidado de 'Yellow Boy' por causa do receptor de latão

   As perdas da filha e do marido (fotografia ao lado) exerceram forte impressão sobre Sarah. Ambos teriam sucumbido por causa de uma maldição gerada a partir das inúmeras almas de pessoas mortas pelos tais rifles, segundo um médium de Boston, e o único meio de Sarah livrar-se dela seria construir uma casa para abrigar estes almas - com um detalhe: Sarah jamais poderia parar a obra ou ela também morreria. Sarah Winchester iniciou a procura pelo local ideal, confiante que os espíritos a guiariam, e foi achá-lo em San José, cidade da Califórnia.


A Mansão Winchester antes do terremoto de 1906

   A mansão começou a ser erguida em 1884 por operários que trabalhavam durante 24 horas sem parar. Sarah concebia o projeto durante o sono e, no dia seguinte, mostrava ao encarregado responsável por executá-lo. Caso não ficasse como o desejado, Sarah mandava derrubar e refazer. O desenho dos cômodos eram, de acordo com a lenda, indicações dos próprios espíritos. Ali há escadas que dão em nenhum lugar, portas falsas, fossos e corredores labirínticos que serviriam para despistar entes malévolos que porventura viessem a perseguir a milionária. Sessões misteriosas começavam à meia-noite em um quarto azul, onde ninguém estava autorizado a entrar, e terminavam por volta das duas da manhã com o soar de um sino. O terremoto de 1906 fez ruir os três últimos dos sete andares já erguidos. Sarah atribuiu a causa à irritação dos espíritos, provocada pelo fato dos construtores perderem muito tempo nos cômodos dianteiros.
   Sarah morreu em 1922, e a mansão pôde ser terminada, pondo fim a 38 anos de uma obra que mais parecia fruto de uma mente perturbada. A casa virou atração turística, e quem estiver interessado pode consultar a página oficial para melhor conhecer a história, ver fotos e assistir os vídeos disponibilizados.
Basta clicar no endereço abaixo:
http://www.winchestermysteryhouse.com/

Há também uma curta reportagem do Fantástico sobre a Mansão Winchester logo abaixo:




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O Último Fenício VI


Capítulo VI

   Nikola descia o morro apressadamente, vítima do torvelinho de pensamentos que o deixavam mais confuso. Parou, entretanto, abruptamente quando finalmente caiu em si – como retornar para casa? Os custos da viagem ficaram a cargo de Maurice e não possuía quantia suficiente que valesse um lugar em qualquer navio. Cansado, cedeu às pressões do corpo e sentou-se no meio do caminho, sob os olhares curiosos dos passantes. O sol mal começara sua marcha descendente nos céus. O branco das moradias saltava às vistas. O ar quente soprava. Não havia nuvens na paisagem magnífica descortinada lá do alto – as ondas douradas no mar, a silhueta da serra verdejante e a cidade inteirinha adiante. Contudo, dentro de Nikola, era noite fechada. Viam-se lumes perderem-se nas trevas de sua consciência. E mais uma vez chorou. Por que dar ouvidos a um homem como Maurice? O que buscar em terras tão longínquas? Lembrou-se de Amália, da imagem enternecedora que aquecia seu coração; e de sua mãe, cujo desaparecimento fora explicado como tendo sido por motivo de um naufrágio no Adriático, onde sucumbira junto a seu pai. Enfiou a mão no bolso do colete e retirou uma carta, a última carta que Amália lhe escrevera com o pseudônimo de Helga.
   Viveram um romance intenso por meses a fio. Ela o encontrava nas sessões em Viena, depois fugiam para algum quartinho obscuro e lá davam asas à sua paixão. Mesmo quando andavam pelos arredores, ou viajavam para cidades mais distantes, Amália arranjava artifícios para os acompanhar. Coisa esta muito difícil de manejar, porquanto uma moça de apenas dezoito anos e de origem nobre não andasse por aí desacompanhada. Para tanto concorreu uma prima bem próxima, sua confidente, que fazia as vezes de carteiro levando e trazendo as cartas de ambos. As lágrimas de Nikola pintalgaram aquela missiva agora amassada. Respirou fundo, levando as letras ao peito – “sinto-me só sem Amália e sem... Sem minha mãe’’. Algum outro sentimento o invadiu inopinadamente e, como se bebesse de águas tenazes, assaltou-lhe uma tal ambição, nascida de uma tímida revolta interior por perdas tão drásticas. Talvez, a única coisa que desse algum sentido à sua vida agora fosse mesmo aquele tesouro. Ficaria rico e mostraria para Belgrado, para o Império e para a Europa que não era um caixeiro reles, que tinha a nobreza que qualquer fortuna pode comprar. Ergueu-se e tomou  o rumo de volta ao cortiço.
   Lá chegando, viu a senhoria na porta do quarto onde deixara Maurice e Christian. Um barulho de coisas quebrando e gritos denunciavam uma luta corporal. Nikola forçou a entrada e viu que os dois homens se socavam: – basta! – gritou. Maurice e Christian pararam ante a aparição do judeu – eu resolvi acompanhá-los.
-Graças a Deus, mestre! Excelente resolução! – Exclamou Maurice.
-Ah, vejo que foste picado daquele mosquitinho a que todos os homens se rendem... – Christian tentou insinuar algo.
-Não sei de que mosquito falas, tampouco me interessa. Devo admitir que a promessa de fortuna fácil me conquistou. Subamos, pois, ao tal monte, repartamos o tesouro e vamos cada um para seu canto... Espero que, após esta pequena aventura, jamais torne a vê-los!
-Mas, mestre, o que o fizeste mudar de idéia?
-Não importa. O que importa é que tentarei descobrir a passagem, claro, se estiveres disposto a me magnetizar.
-Devemos acertar tudo; temos que conseguir transporte, víveres, alguns homens, armas... Ah, e o mais importante: alguém que conheça o caminho! – Disse Christian.
-Como? Não conheces o caminho? Ora, seu infeliz! – Maurice parecia querer recomeçar a contenda.
-Melhor sairmos logo para providenciar tudo. Até porque, a briga dos dois já chamou muita atenção e não é bom que pessoas além de nós saibam que vamos atrás de um tesouro perdido – Nikola adotou um aspecto grave, próprio dos dias nebulosos anteriores.
   Uma vez na rua, Maurice e Christian falavam alto entre si, e Nikola os seguia um pouco atrás morro abaixo. Foi quando sentiu alguém lhe tocar. Ao voltar-se, viu um velho, provavelmente escravo, baixo e de vestes surradas; a barba e o cabelo estavam alvejando e as mãos grossas seguravam um cachimbo.
-Seu moço, escuta nego véio que já viu tudo nessa vida. Ocê num confia nesses tar homi, não. E nem deixa que coração de moço fique cheio de coisa ruim.  Moço é bom e esses homi aí não vale o prato em que comero. Vá embora, seu moço, volte pra sua tera de orige, que se nego véio pudesse vortá pra dele, morreria muito feliz!
-Ora, mas quem é o senhor?
-Nego véio tem mais algo pra dizer. A moça que moço vê quando drome não é moça que moço amou lá na tera d’ocês. É outra moça inda mais fromosa, mas que moço não conheceu – Nikola permaneceu calado, algo aturdido com as palavras daquele homem. Maurice chamou por ele e, quando deu por si, o velho havia desaparecido.
-O que foi, Nikola? Estás aí olhando para o nada?
-É que... Não viste o...
-Vi o quê?
-Nada, nada, não! – A figura daquele velho impressionara Nikola que não mais logrou apagá-lo de sua mente pelos dias subseqüentes.

Continua...

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LENDAS DE SANGUE - O Vampiro na História e no Mito


Diante de tantos vampiros bonzinhos e galãs, vampiros de energia e um verdadeiro universo fictício sobre vampirismo, cabe a indicação de um livro onde o tema é abordado de forma séria. Nesse livro, os autores romenos Flavia Idriceanu e Waine Bartlett, separaram o que é lenda histórica, cinematográfica e literária, dos estranhos relatos e depoimentos da polícia medieval e contemporânea, em diversos pontos da Europa, sobre vampirismo. Uma descrição bastante diferente do que conhecemos hoje sobre estes mortos-vivos. Um outro ponto importante é que o livro reune relatos em diversas culturas sobre atividades similares ao vampirismo, ao longo dos tempos. Cada cultura tem seu próprio vampiro. Meio gente, meio demônio.

Boa Leitura!

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O Último Fenício V



Capítulo V

   Nikola Koen recebeu uma educação esmerada e por causa do ofício exercido a partir dos quinze anos, aprendeu diversas línguas do Velho Continente. Entendia o francês, o inglês, o grego, espanhol, algo do português, alemão, além do hebraico. Viajou por muitas cidades européias negociando os tecidos fornecidos por seu avô e, em passagem por Viena, por motivo de cobrança a um comprador recalcitrante, passou diante de um salão cuja placa em sua entrada dizia haver ali apresentações de outro mundo. O jovem sempre fora perscrutador, interessado nas ciências e vivia às voltas com livros de História, Botânica, Cabala, Alquimia e tudo o mais que havia na pequena biblioteca de Ivo Koen. Portanto, o anúncio chamara a sua atenção e logo adquiriu um ingresso para ver o que tinha ali de tão extraordinário. Vários assentos de madeira estavam voltados para um tablado, em cima do qual havia uma mesa e cinco cadeiras. Quase todos os lugares estavam ocupados e, por sorte, Nikola conseguiu sentar-se na primeira fila. Em seguida, um homem alto, de cabeleira negra revolta, aparentando aproximar-se dos trinta, fez sua entrada e, dirigindo-se ao público, falou:
-Senhores, muito boas tardes! Trouxe-vos uma apresentação que há muito faz sucesso em salões de Paris: as mesas que giram. Hoje tereis a prova de que existe outro plano, o plano para onde pessoas, outrora habitantes desta Terra, se encaminham após a morte! Eis, senhores, a oportunidade que tendes de comunicação com entes queridos e para tanto precisarei de quatro voluntários – quem gostaria de participar?
   Três homens levantaram a mão e, após um breve silêncio, Nikola decidiu-se participar também daquela demonstração. Sentaram-se em redor da mesa circular e repousaram suas mãos abertas sobre a superfície. O diretor da sessão fez algumas invocações – talvez o apoio de voluntários servisse para demonstrar a autenticidade das manifestações; a mesa não se moveu nos primeiros vinte minutos. Quando, enfim, fez um leve movimento, Nikola sentiu um mal-estar e seu corpo estremeceu de modo a atirá-lo ao solo, como em um ataque de epilepsia - perdeu os sentidos. Despertou passado um quarto de hora quando lhe deram alguma substância para inalar.
-O senhor está bem? – Perguntou o que dirigira a sessão.
-Eu... Eu estou... O que houve?
-O senhor teve um ataque dos nervos. Bem, eu não chamaria assim depois do que vi...
-Quem é o senhor? – Perguntou Nikola tentando firmar as vistas.
-Sou Maurice Corbeau, magnetizador. É um prazer conhecer alguém com o seu dom! Foi uma materialização impressionante!
-Materialização?
-Sim, o senhor desmaiou e começou a expelir ectoplasma; mas não durou muito tempo, o suficiente para vermos, admirados, um rosto feminino formar-se no ar!
   Este breve episódio deu-se sete anos antes, em 1864, e dali os dois partiram por toda a Europa. Nikola confessou a Maurice que, desde tenra idade, via e ouvia coisas dentro de casa, tinha sonhos misteriosos, mas que nunca ocorrera algo semelhante com ele anteriormente. Maurice o convenceu que isso merecia ser melhor explorado, que um dom desses jamais poderia passar despercebido aos olhos do mundo e que se tinha muito a ganhar. De fato, as apresentações renderam mais, pois muitos queriam pagar para ver Nikola materializando, movendo objetos com a força do pensamento e até flutuando; e tais sessões, com durações variadas de uma a seis horas, exauriam o jovem profundamente. Maurice, que se congratulava pela descoberta, procurava tirar o sumo dos dons de Nikola, porquanto a promessa de fortuna era certa. Ivo Koen, em Belgrado, não aprovava a nova carreira do neto e quis que retornasse imediatamente. Porém, ele se deixara seduzir pela fama ora angariada, muito embora contrastasse com sua personalidade – o fascínio de suas habilidades agora descobertas, exerceram-lhe forte impressão.
   De 1864 ao ano de 1868 passaram assim, de cidade em cidade, estampando alguns jornais e revistas científicas, sendo alvo de descrédito, escárnio e perseguição. Não obstante, lograram o reconhecimento da multidão de curiosos que se assomava na entrada dos locais das sessões. Foi quando receberam um convite inesperado de um ilustre expectador – apresentarem-se à corte austríaca no Palácio de Schoenbrunn. O Conde de ***, autor do convite, de gênio impressionável e místico; velho e ignorado pelos seus pares, desejava vê-los reproduzir os fenômenos para o Imperador e prová-lo que nada daquilo era mentira. Nikola a princípio recusou; Maurice, contudo, empolgou-se com a notícia e de vistas na grandiosidade da ocasião, pensou, em sua ilusão megalômana, em possíveis títulos de nobreza.
   Foi no final de Novembro, em noite fria; Maurice e Nikola fizeram seu espetáculo para uma platéia seleta em uma das alas do Palácio. O judeu, magnetizado pelo francês, fazia adivinhações como o nome da esposa de não sei que ascendente de um nobre dali e qual as circunstâncias de sua morte; onde estavam guardados a carta, o anel, a caixa, etc; movia objetos e flutuava a milímetros do chão. Os presentes aplaudiam mais a um truque de mágica do que a manifestações mediúnicas. Uma pessoa, porém, ficou sensivelmente admirada e deu seus sinceros cumprimentos a ambos: era Amália, uma condessa de dezoito anos, de compleição diáfana e pele alva similar à porcelana; olhos grandes e azuis, cabelos negros, presos em fino toucado – uma bela princesa de traços marcantes e expressivos. Em curto período, Amália se envolveu nas sessões. Vestia-se com as roupas de alguma criada para escapar incógnita e assistir Maurice e Nikola. Tomada de certo encantamento, apaixonou-se pelo judeu. Mas Amália estava prometida a um oficial de alta estirpe da Hungria...

Continua...

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O PÉ GRANDE... Existe gente que acredita!


Este é um documentário exibido no programa American Paranormal da National Geographic, sobre a tentativa de provar cientificamente a existência do Pé Grande, uma lenda norte americana. Para os crédulos qualquer coisa é uma prova. Para os céticos, nem mesmo Deus e o Diabo dançando can-can na sua frente consiste em prova. E você o que acha? Confira!

PS.: Infelizmente não é possível acessar a parte 2 no nosso país, mas ela não prejudica o entendimento global. Felizmente, o documentário está sendo exibido no Brasil em português em diversos horários - CLIQUE AQUI!









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O Último Fenício IV



Capítulo IV 

   O Rio de Janeiro admirava pela sua natureza exuberante, seus contornos exóticos contrastando com o calor tórrido e a presença maciça de escravos nas ruas. Um certo ar nostálgico beirando a estagnação, o aspecto colonial e os avanços aos poucos introduzidos, despertaram a atenção de Nikola, dando-lhe a impressão de um tempo que passava mais devagar - o colorido da cidade e suas cantilenas estavam longe da frigidez de sua Belgrado. Ficaram ali mesmo nas imediações do porto, no hotel Pharoux e, uma vez instalados, Maurice instou no dever de achar de pronto o seu amigo inglês. Mas tal era o cansaço da viagem que acabaram por adiar o projeto para a manhã seguinte.
   O escritório da companhia de seguros ficava na Ouvidor, a vinte passos do Largo de São Francisco; para lá caminharam perto das dez, com um sol não muito amistoso a fazer de curto trecho um deserto intransponível. Carruagens, transeuntes, vendedores ambulantes, animais de tração, escravos de ganho; um movimento confuso em um dos mais importantes logradouros da capital. Maurice perguntava daqui e dali qual era a direção até que o acaso o abordou de forma abrupta:
-Maurice Corbeau, o que fazes aqui no Brasil? – Interpelou-o um homem bem trajado, aparentando mal chegar aos quarenta e com sotaque francês.
-Casimir? Há quanto tempo! – Respondeu Maurice algo aturdido.
-E então, vieste desfilar a tua patifaria aqui no Rio de Janeiro?
-Minha patifaria?
-Corrompeste o estudo mais nobre, desviaste o simples objetivo, obtiveste a resposta dos ganhos materiais, fizeste carreira e conhecimento em toda a Europa... Traíste-me! Não penses que farás o mesmo nestas plagas somente porque aqui não corre a tua fama! Vim para cá pelo fato de encontrar no Brasil pessoas sérias que buscam os fenômenos extraterrenos pelo bem da ciência! Não permitirei que venhas macular e enriquecer a custo de nosso trabalho – faço correr a tua fama em dois tempos!
-Ora, mas o que é isso? Depois de muitos anos sem nos vermos, é assim que me recebes? Esquece-te que fomos amigos e...
-Fomos amigos até o momento em que descobri seres um mistificador, explorador da confiança e boa fé alheias! E este aí, quem é? É o tal que te ajudaste a fazer fortuna na Europa? Tive notícias das apresentações – espetáculo de mau gosto! – E dirigindo-se para Nikola, perguntou: -rapaz, o que tens a ganhar na companhia deste homem? Não vês que ele só te explora? Ou será que ganhas também lá o teu quinhão?
-Não, senhor! – Retrucou Nikola sereno e resoluto – este homem, a quem chamas explorador e corrupto, salvou-me a vida!
-Muito bem, um fato a contar a teu favor no dia do Juízo, Maurice! Passar bem! – Casimir  seguiu e dobrou a esquina próxima. O francês sorriu um sorriso acanhado e Nikola o encarou fixamente para depois baixar as vistas e continuar na procura do endereço correto - não comentaram entre si aquele encontro constrangedor.
   O escritório funcionava em uma sobreloja e, em sua decoração, tudo recendia ao espírito britânico. Lá disseram que Christian deixara de trabalhar havia tempos e que se instalara em um cortiço no Morro do Castelo – fora mandado embora, mas não quiseram revelar por quê. Foi um tanto difícil chegar ao lugar que passara a habitar. Tomaram um carro que os levou a um ponto em que se podia deslumbrar-se com o panorama da Baía e da Serra; um prédio antigo e ruinoso ameaçava precipitar-se barranco abaixo. A portuguesa, senhoria do cortiço, apontou um quarto nos fundos e disse que lhe devia meses de aluguel. A cena no recinto era deprimente: o homem, de vestes ensebadas, ressonava alto no catre e pelo chão, umas dez garrafas de bebida espalhadas. As paredes estavam mofadas, o soalho, podre; o cheiro parecia insuportável.
-Christian, Christian, acorde! – Maurice sacudia o homem dando-lhe tapinhas no rosto. Christian mexeu-se, abriu vagarosamente os olhos, tentou fixar as vistas embaçadas e por fim disparou: - quem és?
-Ora, quem sou eu? Sou Maurice, esquece-te?
-Maurice? Maurice... Maurice... O que fazes aqui?
-Ah, seu beberrão miserável, não te lembras do que combinamos? – Maurice pegou um pequeno jarro de água que havia em uma mesinha e despejou seu conteúdo na fronte de Christian – acorda logo, miserável!
-É com este bêbado que pretendes fundar uma companhia? – Provocou Nikola.
-Fundar companhia? – O inglês fazia umas caretas enquanto se enxugava com a fronha do travesseiro – que companhia?
-Uma companhia de seguros para cuja sociedade o senhor convidou Maurice Corbeau, a montar-se nesta cidade por ser terra de negócios promissores! 
-Companhia de seguros? – Christian deu uma ruidosa gargalhada – que mentira andaste contando, Maurice? Mal tenho vintém para comprar essas garrafinhas aí, que dirá fundar uma companhia de seguros.
-Ora, seu bêbado ordinário! – Maurice catou Christian pelas bordas do paletó.
-Maurice, solte-o! Eu já desconfiava que tu mentias. Esse teu súbito interesse em fenícios, Cartago, Aníbal; aquele desenho da montanha de cume achatado, parecendo uma bigorna... É a mesma montanha que vi da entrada da barra!
-Ah, então foi isso que os atraíste até o Brasil, Maurice? Acreditaste mesmo nisso de tesouros escondidos? Ora, aquilo foi uma lenda que ouvi dos nativos...
-Nós nos encontramos em Paris, não te lembras? Falaste do tesouro, que poderíamos dividi-lo, que teria o suficiente para ambos ficarem muito ricos! Prometeste encontrar-me aqui no Rio de Janeiro e levar-me até lá! Deste inclusive o desenho feito da montanha por não sei quem! – Dizia Maurice entre os dentes e com ímpetos de esganar Christian.
-Lembro-me vagamente, mas lembro. É, de fato eu disse que haveria um tesouro fenício escondido... Queria montar minha própria companhia... Agora vês? Estou sem meu trabalho, sem tesouro e com dores na cabeça... Tolo fui eu em acreditar nessa lenda... E tu mais ainda por dar crédito a um – como é mesmo? – bêbado ordinário! – Christian mantinha o ar jocoso de um homem embriagado. Maurice soltou-o por fim e arremeteu-se contra ele armado de uma garrafa. Nikola impediu por pouco a agressão.
-Maurice, contenhas-te! Mais tenho eu motivos para dar com esta garrafa na tua cabeça! Mentiste acintosamente e para quê? Para mais uma vez explorar meus dons?
-Nikola, como podes?
-Queres que eu me desdobre tal como fiz em muitas sessões e ache para ti a entrada da montanha, não?
-Nikola, tens mesmo um dom poderoso. Veja: se nos ajudar, poderás ser um homem rico, comprar quantas lojas e fábricas quiseres em Belgrado e em todo o Império Austro-Húngaro! Basta que descubras o caminho... Não é algo difícil para ti!
-Não contes comigo! Se perdeste a fortuna que construíste em cima da boa fé alheia, não me diz respeito! Vais tu com teu amigo; procurem pelo tesouro sozinhos... Eu volto para Belgrado no próximo vapor! – Nikola saiu batendo a porta. 

Continua...

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AS MÁSCARAS DE CHUMBO

Esse caso está na nossa pauta. Embora, numa primeira análise seja ligado a ufologia, existem tantos detalhes misteriosos que permitem diversas possibilidades. Em breve...











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ANJOS CAÍDOS E AS ORIGENS DO MAL

Capa do livro Anjos Caídos E As Origens Do Mal

Com certeza, quase todo mundo que já pesquisou ou estudou algo sobre ocultismo, ouviu falar no misterioso "Livro de Enoque". Esta brilhante obra de Elizabeth Clare Prophet, transcreve o livro na íntegra, respeitando o texto admitido como verdadeiro em sua redescoberta na idade média. Apesar de sua formação espiritualista, a autora, comenta e explica o difícil simbolismo contido na obra com total neutralidade. Segundo o Gênesis, Enoque foi o homem privilegiado por Deus com a permissão de retornar ao mundo após a morte e revelar a seus filhos mistérios divinos que serviriam de alerta às futuras gerações. Seu livro é dirigido aos anjos caídos que habitavam a terra, aos homens que aqui também estavam, e ainda, a seus próprios filhos que deveriam zelar por esse conhecimento. São três parábolas iguais em quase toda a sua extensão, salvo pela parte onde Enoque se dirige a cada um de seus alvos. Elizabeth ainda transcreve os parágrafos desta obra que são encontrados em outros livros de diversas religiões.

O Livro de Enoque é a pedra fundamental para o ocultismo ocidental. Grandes ordens místicas como a Golden Dawn basearam seus estudos nas mesas de comunicação angelical, partindo de princípios fundamentais da teoria enoquiana.

Esse livro é o ponto de partida para estudo da Goetia, das Ordens Místicas Angelicais, e magia teúrgica. Elizabeth Clare Prophet cumpre perfeitamente seu papel de tradutora. Vale a pena!