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O Último Fenício III



Capítulo III

   Horas depois, Nikola despertou em seu camarote de número três, sob a vigília de seu amigo Maurice que velara todo o tempo por si.
- Mestre, fiquei preocupado contigo. Estás bem?
- Sim, pareço ter mergulhado em águas profundas da consciência, mas não tão escuras que não pudesse ver o que se passava... E a esposa do reverendo Johnson?
- Ela está bem, mas como...
- Eu vi tudo, Maurice, enquanto estive no quarto deles e agora ao dormir.
- Ah, Mestre, não deixaste de ser aquele médium de primeira categoria que conheci!
- O reverendo não estava de todo errado: a mulher dele está sofrendo o assédio de uma alma errante, a quem pessoas como o reverendo chamam demônio!
- Uma alma? E de quem é esta alma?
- A esposa do reverendo é bem mais jovem que ele e caiu em desgraça ao engravidar de um rapaz. Seu marido nunca soube que a mulher lhe traía, muito menos que tirou o filho que esperava por medo; é a alma dele que a perturba!
- Isto é fantástico, Nikola! Não perdeste as tuas faculdades! Eu sabia que eras a pessoa certa para... Bem, é...
- Certa para o quê?
- Ah, eu sabia que não era uma simples mágica, o que fizeste durante aqueles anos freqüentando os salões da aristocracia européia...
- Não estou entendendo... Estás escondendo alguma coisa de mim, Maurice?
- Não, não... – respondeu meio nervoso – creio que seja melhor levantares porque não tarda muito para servirem o jantar – desconversou.
- Maurice, por que o teu súbito interesse em fenícios? Eu vi que, além da vida de Aníbal, tens outro livro falando sobre a história daquela civilização e mais o desenho estranho de uma montanha de cimo achatado...
- Já te disse que não é nada que não um passatempo de viagem. Sabe? Eu nunca compreendi muito bem como se dava essa tua clarividência; como foste capaz de ver aquilo tudo?
- Quando a mulher tinha convulsões, percebi uma mancha escura pairando sobre ela, passando logo em seguida para o reverendo. E aí, ao tentar apaziguar os ânimos exacerbados de ambos, a mancha desapareceu pela parede onde estava a cômoda, provocando seu movimento brusco. Senti que meu espírito abandonava o corpo e conduzia-me ao passado, pude ver tudo o que te narrei aqui. Por isso desmaiei e permaneci desacordado...
- Isto é fabuloso!  - Maurice possuía um brilho diferente nos olhos – bem, está na hora de vestires tua casaca, vamos ao jantar!
   Assim que adentraram o salão, a esposa do reverendo levantou-se de sua mesa e, pondo-se diante dos dois amigos, iniciou mais um ataque dos nervos:
- Foram esses homens! Foram eles! – Gritava para os presentes – Este aqui invoca demônios – apontou para Maurice – foi ele quem colocou o demônio atrás de mim! E este outro, este outro é um assassino! Pensas que não sei que foste tu quem mataste aquela moça? A Europa inteira sabe que tu és um assassino! Assassino! – Maurice e Nikola se olharam consternados e o reverendo veio logo conter a sua esposa, conduzindo-a a muito custo para o quarto. Nikola retirou-se e o capitão veio desculpar-se com Maurice, prometendo que cenas como aquela não se repetiriam em seu navio.  O francês voltou para o camarote e encontrou Nikola chorando:
- Não fiques assim, Mestre! O capitão garantiu-me que o reverendo e sua esposa descerão em Lisboa. Aí poderemos seguir em paz para o Brasil...
- Não entendes? Meu passado me segue aonde for! Também posso sofrer esta humilhação tal como sofri hoje aqui caso reconheçam-me lá! Melhor ficar em Lisboa também e retornar para meu quarto de hotel em Belgrado...
- Mesmo trancado em um quarto de hotel, teu passado não te abandonarás! Não vês que ir para o Brasil é a chance de começar uma nova vida? Lá ninguém te conhece!  Não é a toa que chamam o continente americano de Novo Mundo! Portanto, deixa teu passado no Velho, Mestre!
- Talvez tenhas razão, Maurice, talvez tenhas razão! – Nikola acalmara-se.  
   Maurice Corbeau era francês oriundo de uma família remediada de Besançon. Seu destino quase deu no seminário, mas um tio de posses custeou seus estudos em Paris. O curso de Medicina serviu-lhe como a fuga de um fim medíocre, tal era sua consideração pelo ofício eclesiástico. Sua personalidade irascível, sua crítica mordaz jamais consentiriam que dormisse sequer uma noite debaixo do teto de um seminário. Preferia a liberdade das tavernas, dos debates inflamados, das idéias subversivas – também a bebida e o jogo. Contudo, seu porte esguio, a cabeleira negra, ar impoluto de duque emprestavam-lhe austeridade. Nesses dias de Paris é que soube das manifestações que projetavam objetos e faziam mesas girar. Compareceu em uma dessas reuniões e não mais saiu. Tornou-se, por assim dizer, um estudioso, envolvendo-se com o magnetismo mesmeriano. Passou ele mesmo a conduzir as reuniões e a ‘exportá-las’ para outros cantões da Europa. Foi em Viena que conheceu Nikola e, vendo nele um médium poderoso, fizeram carreira na Áustria, França, Itália, Espanha, Inglaterra e quase atravessaram o Atlântico para se apresentar nos Estados Unidos.  Maurice angariou vultosa soma e, não fossem os acontecimentos nos quais Nikola esteve metido em Viena, teria ganhado muito mais. Uma vez instalado em Marselha, perdeu boa parte em investimentos malogrados no ramo de exportação, caindo em poucos meses no ostracismo. A Medicina mal podia sustê-lo. Se Nikola era sisudo, Maurice era inquieto; naquele ano de 1871, contavam vinte e sete e trinta e quatro anos respectivamente.
- Meu avô nunca aceitou que eu tivesse esses poderes; ele era judeu ortodoxo e condenava-me nas cartas que mandava pelos meus prodígios e o modo como fazia saber a todos! – Iniciou Nikola – em pensar que fui a Viena como caixeiro para cuidar dos negócios de meu avô... Ah, se minha curiosidade não me levasse àquele salão, jamais o teria conhecido... Quem sabe até se jamais houvesse conhecido Helga?
- Hoje serias um caixeiro! Ora, Nikola, não te lamentes! O passado é irrevogável! Se não houvesses entrado naquele salão, não seríamos amigos, hein! Em algumas horas estaremos em Lisboa, depois iremos direto ao Recife e de lá para o Rio de Janeiro! Sabia que o Brasil é um Império? Viste? Trocarás apenas de Imperador, mas não de Regime! Dizem que lá é muito quente... Bem, não importa, tenho vistas na fortuna que faremos!  - Maurice se entusiasmava e Nikola apenas sorriu-lhe.
   Semanas mais tarde, Nikola teve outro pesadelo. Subiu à tolda para tomar os ares da madrugada e deparou-se com a silhueta de estranha montanha ao longe...

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O Último Fenício II



Capítulo II

   O corredor estava escuro, mas conhecia a direção da porta. Quando os gritos recomeçaram, catou a picareta que estava ao seu lado e correu o mais que pôde. Sabia exatamente o que fazer: seus olhos, ainda que com muita dificuldade, lograram divisar os contornos da porta. Subiu o pequeno lance de escada e cravou a ponta de ferro na madeira, desfazendo-a em pedaços. Quando tentou atingir a parede por detrás, ouviu-se retinir como se fosse feita de metal. Por mais esforço que fizesse, a parede não cedia – só se ouvia o reverberar semelhante ao dos sinos, misturando-se com o terrível choro de desespero. A picareta partiu-se feito vidro em suas mãos...
   A boca se abriu, mas o ar não veio; a garganta parecia agrilhoada por mãos invisíveis – sufocava! O peso no peito, as vistas nubladas, os braços batendo-se violentamente no ar. Inopinadamente, tudo desapareceu! Saltou da cama, correu até o jarro disposto na cômoda, bebeu a água em goles grandes e banhou a nuca com o que restou – “ainda morro disso” – pensou. Recuperando-se gradualmente, foi vestindo as peças de roupa, uma a uma, cantando cantigas em hebraico para distrair-se da lembrança vívida do sonho – “quando, meu Deus, isso deixará de me perseguir?”
   Nikola Koen era um judeu de origem sérvia. Não se tem notícias de seus pais e nem como seu avô chegara a Belgrado. Dizem que migrou da Rússia; o fato é que o velho Ivo fizera alguma fortuna com a loja de tecidos, onde vendia seda e linho de excelente qualidade. Criou Nikola com certo conforto e desde cedo tentou fazê-lo um homem do comércio. O rapaz, porém, nunca fora afeito ao serviço de caixeiro a que Ivo lhe incumbira. Metia-se com livros o quanto podia e fugia das obrigações religiosas. O velho achava ruim, mas terminava por perdoar-lhe. O escândalo, no qual o neto se envolvera em Viena, matou o avô de desgosto; e Nikola, assim que se livrou da dura pena, vendeu os seus bens, recuperou o dinheiro da herança e trancou-se em um quarto de hotel. Sua personalidade nunca fora expansiva. Era antes recolhido em seus pensamentos e reservado. Após todos aqueles acontecimentos, Nikola adotou um ar ensimesmado e soturno, agravando mais os traços que possuía. Alto, de tez alva e um início de calva, jamais se casara. Ou Melhor: jamais admitiria se casar com mulher que não fosse Helga. Foi ele quem viajou até Marselha e tomou o camarote de número três no vapor que seguia para o Brasil. O ruído no outro camarote denunciava que seu amigo já estava de pé.
- Entre, a porta está aberta! – Disse a voz vinda do interior – ah, és tu, Nikola? Pensei que fosse o serviço que mandei vir. Dormiste bem?
- Não, não dormi... Parece que está piorando: agora me vejo com uma picareta nas mãos e tento derrubar a parede. Mas a parede é de metal! Algo queria me sufocar. Livrei-me a muito custo!
- Então agora tens uma picareta e tentas derrubar uma parede de metal?
- Sim, e a picareta se parte!
- O sonho parece que evolui... Como em uma história!
- Talvez... Isso só pode ser um sinal...
- Não, não há sinal algum. É apenas a tua mente que não conseguiu livrar-se de tudo o que se sucedeu em Viena.
- Não queres mesmo reconhecer, não é? Pode ser que Helga queira falar algo comigo... Ela está em perigo...
- Quantas vezes terei que te dizer que ela está morta? Tu mesmo viste, com esses teus olhos, o tiro que ela levou!
- Por favor, não me faças recordar isso!
- Perdoe-me.
- E tu? Estás aí a fumar charuto, a tomar um grogue... E que livro é esse?
- Ah, um livro que fala sobre Aníbal e Cartago. Se o livro não for bom, ao menos desta vez o fumo e a bebida são de primeira, queres experimentar?
- Não, obrigado... Não sabia que te interessavam os cartagineses.
- É só um passatempo, a viagem é longa e... Hum, estás ouvindo? Que burburinho será esse? – Levantou-se e saiu para ver o que era. Nikola reparou que havia ainda um livro sobre a História dos fenícios, em cima de uma mesinha, e o desenho estranho e disforme do que se assemelhava a uma montanha de cume chato. Não pôde se deter muito naquilo porque logo o outro lhe chamou: - venha depressa, Nikola!
   A duas portas dali, uma mulher se agitava na cama, tendo horríveis convulsões. Seu esposo, auxiliado por dois tripulantes do navio, tentava contê-la, debalde. Ele rezava e, empunhando o livro sagrado, tentava expulsar o que dizia ser ‘demônios’. No lado de fora do camarote, uns curiosos já se juntavam. Assistindo a tudo impressionados, Nikola e o amigo abriram passagem – não sem certa dificuldade – e este ofereceu seus préstimos.
- Com licença, eu sou médico, eu posso ajudar...
- Não, não podes! – Disse o esposo ao se voltar – eu sei muito bem quem o senhor é! É o tal de Maurice Corbeau, o magnetizador... Ou melhor, o mistificador! Minha mulher está possuída por demônios e isso se deve à sua presença neste navio!
- Senhor, antes de ser magnetizador, eu sou médico! Por favor, deixe-me ajudar a sua esposa!
- Não encoste nela! Nós o vimos andando na tolda; ela disse sentir medo do senhor porque conhecia a sua fama! Eu sempre a adverti que nessas reuniões, das quais o senhor participava, invocavam o demônio! E agora está aí a prova: foste tu que colocaste o demônio no corpo dela! – Proferiu estas palavras entre os dentes e o semblante rubro denotava raiva. Ergueu novamente o livro sagrado e disse: - vai-te daqui, demônio! Vai-te daqui!
Nikola meteu-se entre ambos para evitar que a contenda recrudescesse. Neste instante, a cômoda tremeu, arrastando-se para adiante, derrubando no chão tudo que estava sobre ela. A mulher sossegou de imediato e Nikola, desmaiou.

Continua...

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O Último Fenício I

   A partir de hoje, a página do Projeto Neblina terá uma sessão para todos aqueles que gostam de Literatura Policial, de Realismo Fantástico e Suspense. O conto a seguir é o primeiro capítulo de uma série que será publicada continuamente. Esperamos que apreciem e comentem.

 ***





Capítulo I

   Naquela manhã fria de Belgrado, acordou transpirando; desta vez o pesadelo parecera tão real que o fez sentir faltar o ar, despertando com tamanha violência que, se a cama não fosse larga, certamente, ao se debater, cairia. Suas vistas embaciadas mal percebiam a claridade do dia enquanto os pulmões arfavam, sorvendo oxigênio com avidez; ouviu imediatamente um leve soar na porta e, trêmulo, levantou-se, vestiu o roupão e foi ver quem era: um criado do hotel trazia um telegrama. Suas mãos brancas abriram delicadamente o envelope e ali se lia breve mensagem: “mestre, encontre-me em Marselha em dois dias. Tenho nova proposta. M.’’ - Sabia muito bem de quem era aquela mensagem e podia até imaginar a que proposta se referia. Todavia, os acontecimentos recentes de sua vida o faziam querer fugir de todo e qualquer caso que se tratasse de mistérios. Afinal, despendera tanto tempo na tentativa de solucioná-los, recebendo muita amofinação e nenhum dinheiro. A sua felicidade é que contava com uma herança de família e vivia à farta. Amassou o papel, mantendo-o cerrado na mão esquerda. Recordou assim a terrível imagem que o vinha perseguindo havia várias noites: a escada de três degraus terminando em uma porta que dava para a parede nua. E detrás dela, ouviam-se gritos abafados pela sólida camada de tijolos - teve vontade de chorar. Após soltar o papel em cima da mesa de mogno, mergulhou as mãos na água da tina, lavou o rosto, depois sentou-se na poltrona, acendeu um charuto e pôs-se a meditar durante largos minutos. Por fim, vestiu o paletó e saiu para almoçar. Quando retornou, já estava decidido: “eu vou!”- disse de si para si.
   Deixou o hotel, o Império Austro-Húngaro, sua política e a terra onde nascera e fora perseguido – onde perdera um grande amor. Chegou a Marselha no tempo esperado e, por sorte, soube de habitantes locais onde encontraria seu amigo: foi em uma taverna perto do porto. Lá estava o homem responsável pela sua viagem. Fumava cachimbo, expelindo grossos rolos de fumaça azulada e de cheiro adocicado. Entretido com o jornal, deu pequeno gole no cálice de vinho barato sem reparar na presença do outro.
- Quem o vê fumando este cachimbo e tomando vinho, pensa ter diante de si um fidalgo de modos refinados. Mal sabem que o fumo é ordinário e o vinho, de péssima safra! – disse o que acabara de chegar, interrompendo a leitura daquele homem, fazendo-o erguer os olhos.
- Arre! Este vinho tem gosto de vinagre e o fumo deve estar misturado com esterco! Mas ninguém precisa saber disso – retrucou o homem rindo – dê-me cá um abraço! Pensei que não o veria mais, folgo em sabê-lo vivo e bem!
- Vivo estou... Bem já não diria...
- Ainda aqueles pesadelos?
- Sim, estão cada vez piores e mais freqüentes. Parecem de tal maneira real que custo a conseguir acordar e, quando acordo, sinto pressão nos pulmões e vertigem; meu coração fica aos pulos!
- Percebo que estás abatido...
- Talvez o cansaço da viagem e...
- Não, não é o cansaço. Eu conheço muito bem esses sonhos, sei o quanto agem sobre nosso corpo. Mais: sei como dominam a nossa mente e, no seu caso, sei o porquê de terem tamanha intensidade.
- Imagino o que irá dizer: que devo esquecer Helga! Eu não posso esquecê-la! Não posso!
- Helga está morta. Não podes trazê-la de volta...
- Como não? Nós quase conseguimos, lembras-te? Eu vi, eu vi...
- Viste um espectro, uma mancha, uma névoa! Aquela definitivamente não era Helga!
- Nós podemos tentar repetir a experiência e...
- Não, eu não o chamei a Marselha para isso! Há meses deixei esse tipo de experiência para trás!
- Então por que fizeste-me empreender essa viagem de Belgrado a Marselha? Qual o propósito?
- Bem, há alguns meses, exatamente no período em que deixei os estudos dos fenômenos extraterrenos, encontrei um amigo inglês em Paris e ele me ofereceu sociedade na companhia de seguros que pretende fundar no Brasil.
- No Brasil?
- Sim. Ele sabia de minha situação e de minhas malfadadas incursões no ramo de exportação; perdi muito dinheiro com isso e não posso mais viver do nome que construí aqui na Europa! Os salões aristocráticos não se abrem mais para mim... De sorte que resolvi aceitar... Embarco depois de amanhã...
- E onde entro nisso?
- Irás junto! Trabalharás comigo na companhia!
- Queres que eu vá para o Brasil e trabalhe contigo na companhia de seguros? De modo algum! Ir para o Brasil está fora dos meus planos!
- Pense bem! Será melhor deixares a Europa e todas as recordações amargas que só te fazem mal! Eu soube que estás escondido em um quarto de hotel, que tens algum luxo, mas pouco sais, pouco vives! Estás a cada dia mais adoentado e abatido! Assim acabas por morrer!
- Não posso, já disse! Se eu for, estarei abandonando Helga!
- Helga está morta! – Gritou dando um soco na mesa e, agarrando o outro pela lapela do paletó, prosseguiu: - Helga está morta! Veja, no Brasil poderás esquecê-la, terás a oportunidade de ficar rico, entendeste bem? Rico!
- Eu tenho uma pequena fortuna que me foi deixada de herança, tu bem o sabes! Não preciso de mais!
- E quando acabar, hein? Ademais, agora é tarde para recusares: reservei dois camarotes no próximo vapor!
- Estás louco! Não vou, não vou!
- A França está em guerra com a Prússia, há rumores de um novo levante em Paris; não demora muito e esse conflito se alastra. És tão desprezado naquela tua terra que mesmo a força do ouro não é capaz de comprar a tua paz e...
- Eu não vou, esqueça! Ouviu bem? Esqueça!
- Tudo bem – respirou fundo – eu vou sozinho. Retornes para aquela terra miserável, para que aquela sociedade podre te pise assim como a família de Helga que não tolerava judeus; vais viver com tua morta e lastimes eternamente o dia de tua humilhação...
- Este tem sido o meu alimento...
- Pois bem, quem sabe se ela viva não trocasse contigo e agora estarias tu debaixo da terra?
- Não me caberia de tamanha felicidade – respondeu com voz esganada, mirando as próprias botinas. 
- Estou na hospedaria aqui ao lado, caso mude de idéia – colocou a cartola e saiu.

***

O vapor largou rumo ao Brasil; na tolda, dois amigos davam adeus ao porto de Marselha...


Continua...


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Hospital Abandonado - RJ (Vídeo Documental 3/3) - FINAL

Última parte do vídeo que mostra o trabalho de pesquisa feito entre os dias 19/05/2010 e 23/06/2010 em um hospital abandonado no Rio de Janeiro.


Durante as tres visitas que fizemos ao local, quase nenhuma atividade foi registrada.
Apenas dois pontos interessantes permaneceram sem uma explicação clara do que pode ter acontecido.
O primeiro deles aconteceu no vídeo 2, quando a câmera infravermelha registra a presença de um foco luminoso que não estava lá. O segundo é mostrado neste último vídeo: nós instalamos algumas câmeras fixas em quartos separados do hospital e no momento em que nos afastamos desses locais para recarregar as baterias que estavam acabando, uma das câmeras gravou o barulho de passos entrando no quarto e se aproximando dela.
Dois fatos interessantes, mas que não justificam uma volta ao local.
Não parece haver nenhuma atividade constante alí, muito menos algum tipo de infestação.
Os relatos sobre a mulher que passaria nas janelas do corredor do segundo andar e o homem sangrando que aparece no hall, não puderam ser confirmados. Não observamos nem estes, nem outros tipos de aparições no prédio.

Conclusão:
Este lugar é extremamente tranquilo e nada do que aconteceu comprova que haja uma atividade constante. Assim como qualquer lugar inerte, este prédio deve receber espíritos que passam por ele e vão embora...
Mas este lugar não é mal assombrado.

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GLOSSÁRIO

Esta é uma publicação de termos, "mais ou menos técnicos", que são usados neste blog em diversas postagens:

Pantomnésia: Capacidade do Inconsciente de se lembrar de tudo.Talento do Incosciente. Inteligência e raciocínio do Inconsciente.
Xenoglossia: Falar línguas diferentes ou desconhecidas do Consciente. Não confundir com glossolalia que é a língua das criancinhas (balbuciar) e manifestações histéricas.
Fotogênese: Luminosidade causada pela telergia.
Telergia: Exteriorização e transformação das energias fisiológicas de modo Inconsciente. Energia vital dirigida na sua exteriorização pelo psiquismo inconsciente.
Psicofonia: Sons, vozes, músicas realizadas de modo inconsciente pela telergia ou ectoplasma.
Tiptologia: Batidas ou raps realizadas de modo inconsciente pela Telergia.
Telecinesia: Movimentos de objetos pela Telergia.(Fenômeno das "casas mal assombradas").
Pneumografia: É o termo utilizado para designar os fenômenos de raspagem, escrita, desenhos sem causa aparente, por causa parapsicológica.
Aporte: Fenômeno Parapsicológico em que a telergia exteriorizada desmaterializa e depois materializa novamente objetos; fazendo-os atravessar muros e outros obstáculos. (pedras caindo "do nada", agulhas no corpo, lágrimas e sangue em imagens, etc).
Dermografia: A dermografia é uma ação cerebral sobre o sistema nervoso simpático que comanda os corpos capilares da pele. A seleção destes corpos em vias de representar um desenho, é uma "maravilha" bem fora da fisiologia normal. Agem em estados normais, de transe, de hipnose ou de exaltação profunda. É um fenômeno especial, à margem da fisiologia normal, parapsicológico.
Levitação: Fenômeno em que a pessoa sustenta o próprio corpo no ar sob a ação da Telergia. Sempre do próprio corpo e nunca levitando o corpo de outra pessoa.
Osmogênese: Como todo fenômeno parapsicológico de efeitos físicos, a osmogênese se deve à exteriorização e transformação da energia somática. Esta energia que, segundo os físicos, é uma só com diversas transformações. Em determinadas circunstâncias parapsicológicas a telergia deixa de ser tecido humano, ou térmica, ou motora, etc, e se transforma em energia odorífica.
Escotografia: Fotografias ou filmagens do pensamento. O inconsciente em raras ocasiões pode emanar imagens telérgicas invisível ao olho nú, mas possível de impressionar o filme(película) da máquina fotográfica ou filmadora.
Ectoplasmia: Exteriorização visível da Telergia.( Fantasmas, aparição de objetos ou em formas de membros do corpo).
Fantasmogênese: O inconsciente pode moldar em raríssimas ocasiões, imagens ectoplasmáticas em forma de uma pessoa inteira. (fantasma)
Ecto-Colo-Plasmia: O inconsciente molda imagens ectoplasmáticas de membros do corpo, partes de objetos, etc...
Psi-Gamma: Faculdade Parapsicológica que ultrapassa o tempo e espaço, possibilitando a telepatia e outros fenômenos; também chamada de ESP (Percepção Extra Sensorial) ou Conhecimento da Alma ( de Psico-Gnosis, as primeiras letras gregas).
Precognição: Conhecimento psigâmico do futuro (sempre um fenômeno incontrolável, involuntário e inconsciente).
Simulcognição: Conhecimento paranormal do presente.
Retrocognição: Conhecimento paranormal do passado.
Telepatia: Fenômeno no qual a pessoa capta psigamicamente pensamentos ou desejos de outra pessoa.
Clarividência: Fenômeno no qual a pessoa capta psigamicamente acontecimentos físicos.

Para ver o artigo original clique aqui

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A PROFECIA CELESTINA


Esse é o pai do "Segredo" e de muitos outros livros de auto-ajuda, auto-estima, e outros "autos". É um romance muito bem escrito, passado nas montanhas do Peru, nas redondezas de Machu Pichu, que aborda brilhantemente temas como sincronicidade, transcendência, causa e efeito através do pensamento, alimentação energética, além de contar a história como se fosse um "thriller" com fugas da polícia, da igreja, perseguições e etc. Seu autor James Redfield, é um ativista a favor do meio ambiente e de outras causas em favor do planeta. Ele se coloca como personagem principal do livro pois narra a história em primeira pessoa. É um homem cético e pouquíssimo inclinado a questões espirituais. Esse ponto é extremamente positivo pois traz diversas dúvidas do homem comum sobre as questões descritas na obra. De um modo geral são respondidas. O livro tem também, uma incrível teoria sobre a visualização de auras estar ao alcance de todos. Muita gente boa disse ter testado e aprovado. Para quem gostar desse, vale tambem a leitura da Décima Profecia e do Segredo de Shambala, que dão continuidade e se aprofundam nas teorias abordadas no best seller. O circuito que envolve A Profecia Celestina, ainda conta com um livro de práticas chamado "A Visão Celestina", um CD com boas músicas para meditação e um equívoco. Este fica por conta de um péssimo filme lançado sobre o livro, que fica muito distante do prazer proporcionado pela leitura.

Boa Leitura!

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EXORCISMO REAL

Esse é o melhor video sobre um exorcismo praticado diante das câmeras. Note que a mulher possuida fala em três idiomas: Espanhol, Inglês e Português. Um outro ponto importante, é que em dado momento, a entidade que está no corpo da mulher começa a chamar o padre exorcista de bruxo. Ela percebe que ele está pondo em prática o seu esquema ritualístico, que embora não apareça no vídeo, é cercado de práticas de magia enochiana. No vídeo pode ser visto o uso do elemento agua como purificador do espírito e tambem da invocação do nome do demônio, um dos rituais mais antigos que existem, oriundo da era de Salomão. Barra pesadíssima!



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A Casa Mal Assombrada

Enquanto não sai o 3º video de nossa investigação no hospital abandonado, e aproveitando o resultado de nossa enquete, onde está ganhando o menu: "mal assombrado", segue uma reportagem da Discovery Channel sobre uma casa mal assombrada. Esses vídeos são achados facilmente no YouTube. Aqui já vão na sequência. Confiram...

Reflexão: O sujeito compra uma casa mal assombrada, e se livra dela vendendo para a outra pessoa... ou seja, o sujeito entrega o outro ao mal, para não perder dinheiro! "Esses humanos que circulam..."













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MEIA LUZ

Nos meses de Agosto e Setembro, o Projeto Neblina esteve prestando consultoria à equipe de produção do longa metragem nacional MEIA LUZ, que está sendo rodado na cidade de Batatais (interior de SP) e deve estrear em Janeiro de 2011.

Abaixo segue uma das matérias veiculadas na cidade, no jornal "A Tribuna" do dia 11 de Setembro de 2010. (Clique na imagem para ampliar).



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BIBLIOTECA


Estamos inaugurando uma nova coluna no site dedicada a literatura que envolve o universo sobrenatural, paranormal ou simplesmente esotérico. O motivo é bastante óbvio: Ela é a base do nosso conhecimento sobre espíritos, fantasmas, entidades, ETs e tudo o que permeia o assunto. À nossa percepção, somamos uma dose de imaginação, uma pitada de experimentos, alguns fatos extraordinários que não podem comprovados, e assim, surgem as religiões, a alquimia, as seitas, os gurus, os profetas e muito mais. Da necessidade de comprovar, ou seja, trazer o infinito ao alcance de todos, o homem sempre tentou através da ciência, provar a existência da vida após a morte. Uma espécie de democratização divina. Para isso, se escondeu em sociedades secretas e todo tipo de ordem mística. Nosso objetivo é divulgar as melhores obras a respeito do pensamento não natural. Falaremos sobre religiões, ocultismo, magia, ciencia e etc. Caberá a você nosso leitor "separar o joio do trigo". Confira e Comente!




COMO CAÇAR FANTASMAS (Joshua P.Warren)


Bem... Vamos "começar do princípio"! Ensinando o ofício. Essa é a melhor obra que resume o trabalho de um investigador paranormal. Seu autor Joshua P. Warren é fundador e presidente da equipe de pesquisa paranormal L.E.M.U.R. (www.lemurteam.com) e é reconhecido como um dos maiores experts em caça-fantasmas nos EUA. É um guia prático para prospecção, identificação e comunicação com fantasmas. O que é um Fantasma? Por que eles aparecem? Como eles se manifestam? O que significa identificar e ficar frente a frente com um deles? O livro responde a todas essas perguntas de forma bem humorada e desvinculada de qualquer pensamento religioso. Também aborda os seguintes temas: fotografia Kirlian, auras, telecinese, telepatia, PES (Percepção Extra Sensorial) Coletiva e Sincronicidade, morte, atividade Poltergeist, orbes, névoas, aparições corpóreas, como tirar uma fotografia 3D, FVE, tábua ouija, escrita automática, pêndulo, etc.

Boa leitura!